sábado, 7 de setembro de 2013

Quando eu me chamava Mia

Rebelde

Já havia tido a experiência de sentir uma nostalgia gostosa quando vi num desses sites da vida uma lista com vídeoclipes que lembravam infância, e lá estava: Rebelde. E mais: eu lembrava das músicas. Sim, porque aos oito anos eu gostava muitíssimo de Rebelde, de uma maneira que eu nem consigo explicar. Fiquei sabendo não sei quando nem onde que a novela mexicana iria reprisar no SBT, uma coisa que eu sempre quis que acontecesse. Só ontem tive tempo de sentar a bunda no sofá e relembrar a infância, a época em que eu era a Mia e a Mia era eu, mesmo minhas primas querendo que eu fosse a Roberta (pelo cabelo) e eu me parecendo muito mais com a Lupita, pelo jeito retraído.

Não lembro da história porque não assistia aos capítulos regularmente, mas lembro de ter chorado um choro sincero quando a novela acabou, porque era realmente o fim. Lembrando que, apesar da pessoa que vos fala não ser velha, naquela época eu não tinha computador, nem celular, nem coisa que o valha. Fui esquecendo aos poucos até superar por completo. Rebelde passou, mas mesmo assim é impossível não sentir falta de quando eu tinha um metro de altura e queria um uniforme com gravata daqueles para mim.

Meu nível de fanatismo pelas coisas sempre foi alto. As pessoas gostam, mas eu gosto demais (minha mãe que o diga). Comprei DVDs, CDs, bonés, camisetas e a primeira bota da minha vida é dessa época. Tenho até hoje revista, álbum, foto, adesivo que vinha no chiclete, bolsa, anel e fui pega de surpresa ao perceber que eu ainda sei cantar a música de abertura. Tinha a data de nascimento dos 6 decorada, assim como os nomes completos. Pedi, uma vez, para minha professora de inglês traduzir umas palavras que não eu entendia na letra das músicas, porque para mim, naquela época, quem falava inglês falava espanhol também. Cheguei ao extremo de convidar membros da família para assistir a um show onde eu e as minhas duas primas - que eram loucas igual a mim - dançávamos a coreografia de umas músicas, decorada de tanto assistir ao mesmo DVD. Mas nada supera o fato de eu ter convidado um garoto, por meio de uma carta, para ser a minha dupla numa banda que eu queria formar. Ele nunca respondeu, e eu sou grata por isso.

E tudo voltou com essa reprise. Claro que não vou assistir novamente à novela, não tenho tempo e nem mais saco para os ataques histéricos da Mia, as rebeldias da Roberta e a perfeição surreal do Miguel (por falar nele, como eu amava o Miguel!), mas é muito bom relembrar tempos que não voltam, porque a gente esquece tão fácil que precisa de uma novela para lembrar o quanto era feliz aos oito anos e como vivia dizendo à prima mais nova quando ela fazia birra que tudo na vida é só perder ou ganhar, então ela teria que perder alguma vez também. Mas aí me diziam o mesmo e eu não gostava. Eu tinha oito anos, poxa. Mereço um desconto.

2 comentários:

  1. Se você acha que foi "louca" nesse tempo, eu fui pior! hahaha Eu usava estrelinha na testa e ia á escola todo dia com ela, eu era uma patricinha tudo por causa da Mía (eu gritava porque minha caneta caía no chão e tinha uma bolsa do ursinho rosa de pelúcia) ♥
    Não sinto vergonha desse tempo, pois não estava nem aí com a opinião alheia e acharia engraçado te ver cantando Asy soy yo.

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  2. Simplesmente amei seu post!!!!!! toda arrepiada de tanta nostalgia
    Agora so ouvindo as musicas p matar a saudade

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