segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sobre comédias românticas

Eu entendo que não há nada melhor que uma comédia romântica para passar o tempo, esquecer da vida, mergulhar em histórias de mocinhos e mocinhas que se amam ardentemente. O problema é que, quando se assiste a esse gênero demais (como eu fiz nas recentes férias), você percebe que comédias românticas são todas iguais. 
A história é o seguinte, basicamente: existem os já citados mocinho e mocinha e ambos se apaixonam, sendo que o amor deles tem algum impedimento: ou eles pertencem a classe sociais diferentes; ou a mocinha se acha feia/gorda demais para ele, porque não existem amor próprio nessas garotas, é incrível; ou os pais não aprovam; ou, sei lá, eles não têm coragem de admitir que estão a fim e pronto. Daí o filme todo se baseia nos conflitos internos (e até externos, em alguns casos) desses protagonistas e tchan!, eles terminam juntos, felizes e tudo parece perfeito, a vida parece perfeita, o brócolis parece mais saboroso, a dor no pé nem incomoda mais, porque eles terminam juntos e provam que é possível que existam hoje em dia caras lindos e fofos que, ao invés de querer dar só uns pegas, vão contra tudo e todos, vão contra o universo se possível, para consumar esse amor, e garotas que conseguem arranjar alguém mesmo se maldizendo o tempo inteiro ("oh!, Fulano, eu não te mereço!"), já que não existe nada mais grandioso e importante do que o amor que se sente...  Não, espera, tem algo errado aí.
E é nesse ponto que as comédias românticas fazem mal. Mesmo sendo provavelmente meu tipo preferido de filme, eu vejo sérios problemas nele. Ele aliena a cabeça de certas garotas, que passam a vida esperando por seu príncipe, ou, em casos piores, ficam esperando descobrir que são princesas de algum lugar, como a Mia, e que vão sofrer uma mudança drástica de visual que as transformarão em verdadeiras beldades. Tá errado, gente.
O que se sucede é: não, provavelmente sua vida não será digna de nenhum roteiro de filme. É bem difícil que o garoto mais popular da sua escola se descubra repentinamente apaixonado por você sem que você faça nada, e ainda é mais improvável que ele apareça na sua janela com uma serenata improvisada, ou que se mate por você, à la Romeu. Sendo que esse último caso é doentio, acredite. Mas isso não quer dizer que o rapaz não goste de você. É só que ele não é nenhum personagem de filme hollywoodiano.
Daí eu fico imaginando os relacionamentos: garotas querendo uma declaração de amor igual a que encerra Pretty Woman e recebendo um serenata de amor. Tenho um sincero conselho: fique feliz com o serenata de amor, porque você o está recebendo de uma pessoa real. E fique feliz se, por acaso, receber uma declaração feita a de filmes. Ou seja, fique feliz com quaisquer que forem os momentos singulares que acontecerem realmente na sua vida. Não existem príncipes encantados ou princesas por aí, mas tem muita gente legal esperando ser conhecida e preenchida. Dê uma chance, vale a pena.

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