domingo, 3 de fevereiro de 2013

Finais tristes, não gosto de vocês

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Jack <3
Sei que na vida as coisas não são flores. Sei, sim. Sei que histórias conturbadas com um fim feliz são raras na realidade. Os desastres estão aí, acabando com futuros que poderiam ser brilhantes. Sei que a maioria das pessoas tem uma morte comum, lembrada e relembrada somente por aqueles próximos. Nenhum final digno de filme hollywoodiano. 
E é essa uma das causas de se apegar à leitura como salvadora dos dias ociosos: viver finais felizes. Quando lemos um livro, somos a personagem. Vivemos seus medos, compreendemos as situações, aprendemos junto. E não há nada melhor do que se ver, na última página de um livro, realizada. Nada melhor do que ver que toda aquela história levou a um final feliz. 
Não sou contra livros tristes. Adoro Shakespeare, não me vejam mal. O Caçador de Pipas foi meu livro preferido durante muito tempo, mesmo me fazendo chorar copiosamente a cada releitura. Só digo que existem certos livros que fazem uma sacanagem tremenda com você. Tudo vai bem, até que no último capítulo acontece um desastre que faz você pensar "li essas quinhentas páginas e eles não terminam juntos?".
Isso me lembra uma redação da minha amiga. Duas pessoas se conhecem pela Internet e decidem se encontrar pessoalmente. Conhecem-se, apaixonam-se... tudo ia muito bem até que, do nada, acontece um incêndio no hotel no qual eles estavam hospedados e os dois morrem queimados. Aplausos. Ela me disse que não sabia como dar continuidade à história e escreveu esse brilhante fim.
Entendo que finais têm um propósito (não no caso da história da minha amiga, claro). Um modo do autor mostrar realidades que muita gente não sabia existir. Um grito de "mexam-se!, isso está acontecendo". Foram os livros que me ensinaram a ter um senso crítico - ainda não muito aguçado, admito. A abrir os olhos para outros mundos; sejam os que estão perto de mim, sejam os do outro lado do mundo. A morte de uma personagem querida é necessária. Com ela, nós atentamos pela injustiça da vida. 
Mas isso não a faz menos dolorida. Será que o ensinamento não podia ser passado de maneira diferente?, penso eu. 
Mas aí empacamos num dos grandes defeitos do ser humano: é preciso uma tragédia qualquer, mesmo que fictícia (para minha eterna infelicidade, pois sempre me apego às personagens), para notar-se que o que está acontecendo aqui na Terra não é legal.

Um comentário:

  1. Tem uma frase do House que nunca mais saiu da minha cabeça, diz: "Todo relacionamento que não acaba com separação, acaba em morte. Tudo desmorona no final".
    É forte e triste mas é a verdade, por isso sempre gostei muito de dramas, seja em livros, seja em filmes, acho que é o que chega mais perto da vida real.
    Maaaas em alguns momentos ler livros piegas onde no fim tudo acaba bem é minha válvula de escape, temos que sair desse mundo triste em algum momento da vida. Filmes de comédia e animação me ajudam também. rs
    Beijos

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