sábado, 1 de dezembro de 2012

Nunca será tarde



O sol está se pondo. Esperei e ele não veio. Vi o sol forte ir perdendo sua luz paulatinamente, descendo cada vez mais para fundir-se à linha do horizonte. O vento estava gostoso embaixo da árvore, por isso acredito que a ida não tenho sido vã.
Ele sempre soube que eu odeio atrasos.
- Vou estar lá antes do sol se pôr – disse-me, depois de ter me convencido com muita insistência.
O céu foi mudando a sua cor e eu nem notei, tão absorta que estava. Ele não veio. O que isso significava?
Já estava decidida a ir embora quando ele apareceu. Sem explicações. Apenas sentou ao meu lado sem dizer palavra.
- Sinto muito, mas eu já vou – quebrei o silêncio.
- Não quer conversar?
- Agora é tarde. O sol já se pôs.
Levantei-me e comecei a andar a passos lentos de volta para casa. Ainda escutei quando disse:
- Ele se porá novamente amanhã, Marina. E depois, e depois... - e acrescentou: - Nunca será tarde, lembre-se disso.

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