domingo, 12 de agosto de 2012

As flores que não eram minhas

Ele estava lá, sentado na beira da calçada tarde da noite, o cinema quase fechando. Seus olhos aflitos olhando o relógio, acompanhando o andar dos ponteiros. Tinha um buquê lindo numa das mãos. Pela expressão, parecia estar ali há horas, mas não arredava o pé. Continuava olhando o relógio e segurando fortemente aquelas flores. Não podia dizer no que pensava, contudo meu coração ficou pequenininho ao ver aquela cena. Casais entrando e saindo e ele esperando, suponho eu, por sua cinderela que se esquecera do encontro. 
As lojas ao redor já estavam todas fechadas, pouca gente circulava pela rua, o grande movimento era só dentro do cinema, que fechava suas portas tarde. 
Dentro do ônibus, que estava parado esperando o sinal abrir, presenciei aquela cena pela janela e imaginei mil e uma coisas. Quem seria ele? Por que ainda esperava? 
O sinal abriu e o ônibus arrancou. Continuei olhando e daquela imagem fez-se um borrão, o motorista estava apressado. Mesmo assim, guardei cada detalhe na cabeça e continuei imaginando coisas. Para quem seriam aquelas flores? Impossível dizer. 
De uma só coisa eu tenho certeza: não eram minhas. Porque, ah, se fossem...

3 comentários:

  1. Amei esse texto, faz a gente imaginar um milhão de coisas e montar toda a cena em nossa cabeça.
    Beijos

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  2. Nossa muito lindo, sério!!! Ameeeeeei =D

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  3. Psiu, desculpa a demora para responder.
    Tu já conseguiu se apaixonar por alguém que não existia? HAHAHA Bem, mas acontece! Nossa... Ai, meus treze anos, viu. Faz ''muito'' tempo. Tô nos dezoito já.
    Um beijo, @pequenatiss.

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