quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Você, eu


Você, eu.
Assim, sempre com uma vírgula no meio. Impedindo qualquer aproximação.
Você estava lá, eu estava cá.
Você saia, eu entrava.
Você fechava, eu abria.
Você silenciava, eu gritava.
Você dormia, eu acordava.
Você nadava, eu voava.
Você sorria, eu chorava.
Você falava, eu escrevia.
Você via o sol aparecer no horizonte, eu o via se pôr.
Você inspirava, eu expirava.
Você levantava, eu sentava.
Você ia, eu voltava.
Isso durou um longo tempo. A vírgula não arredava o pé, não abaixava a guarda. Até que o amor se fez presente. 

Você me amava, eu te amava.
Não, redundante demais. Finalmente a vírgula, que antes era uma barreira impenetrável, deu-nos liberdade.
Nós nos amávamos. 
Isso! Bem melhor... extremamente melhor! Agora a frase tinha apenas uma oração. Nada de vírgula. Nada de tabu. Seria assim, para sempre. Nós. 

13 comentários:

  1. Nossa, que lindo. *-*
    Adorei o post... :)
    Beeeijos

    Marina Oliveira
    http://distribuindosonhos.blogspot.com

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  2. É, pena que ainda existam tantas vírgulas entre as pessoas.
    Gostei!

    http://pintandoparadoxos.blogspot.com

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  3. Luana, faço das palavras da Elisa as minhas. É, uma pena que ainda existam tantas vírgulas entre as pessoas.

    http://folhas-avulsas.blogspot.com/

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  4. Ei, tem vários sorteios lá no blog, você já viu? Corre ainda dá tempo de você participar. http://www.nosnagravata.com/search/label/Sorteio E boa sorte! www.nosnagravata.com

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  5. Parece que esse texto foi pra mim... rs.

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  6. Enfim juntos,enfim perto.O texto é lindo.
    Estou seguindo,bj

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  7. E como se destrói a vírgula da distância? Pois essa é dilaceradora. Infelizmente..
    Lindo post.
    e espero a continuação daquele texto, ou um livro quem sabe, rs
    Abraços pequena.

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  8. Lindo texto, lindas palavras, simplesmente amei *-*

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