domingo, 23 de outubro de 2011

Um clássico!

"Ora, o tal bichinho chamado amor é capaz de amoldar seus escolhidos a todas as circunstâncias e de obrigá-los a fazer quanta parvoíce há nesse mundo. O amor faz o velho criança, o sábio doido, o rei humilde, cativo; faz mesmo, às vezes, com que o feio pareça bonito e o grão de areia um gigante. O amor seria capaz de obrigar um coxo a brincar o tempo-será, a um surdo o companheiro companhão e a um cego o procura quem te deu." (p.117)

"O amor é um azol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não com jeito destravado, por mais força que se faça mais o maldito rasga, esburaca e se aprofunda."(p.120)

"Tudo neste mundo é mais ou menos compensado; o amor não podia deixar de fazer parte da regra. Ele, que de um nadazinho tira motivo para prazer de dias inteiros, que de uma flor já murcha engendra o mais vivo contentamento, que por um só cabelo faz escarcéus tais que nem mesmo a sorte grande os causaria, que por uma cartinha de cinco linhas põe os lábios de um pobre amante em inflamação aguda com o estalar de tanto beijos, se não produzisse também agastados arrufos, às vezes algumas cólicas, outras amarguras de boca, palpitações, ataques de hipocondria, pruído de canelas, etc., seria tão completa a felicidade cá embaixo que a terra chegaria a lembrar-se de ser competidora do céu." (p.123)
A Moreninha - Joaquim Manuel de Macedo

Eu, realmente, subestimei o livro A Moreninha. Quando comecei a lê-lo, as pessoas me perguntavam o que estava a achar, e eu sempre dizia "é meio chatinho". Na realidade, como o livro é bastante antigo (foi lançado em 1844 e é considerado o primeiro romance da literatura brasileira), é meio difícil de se inserir no enredo, principalmente porque o livro está cheio de expressões da época e palavras que entraram em desuso há muito tempo. E muitas expressões em francês, também.
Esse romance, inicialmente, foi dividido em capítulos e publicado em folhetins, e alcançou grande repercussão, já que (segundo eu li) a leitura era de fácil compreensão e as pessoas que pouco estudaram também entendiam.
Eu tenho esse livro desde os meus 10, 11 anos de idade. Lembro que comecei a lê-lo mas não passei das primeiras páginas, não estava entendendo nada e achava a história muito chata. Um dia desses, arrumando umas coisas, achei-o e lembrei-me da sua existência. Lá vai eu começar a devorá-lo.
No começo, eu, pelo menos, estava achando tudo muito cansativo. São muitos diálogos e o autor alonga demais uma história que poderia ser resumida em 2 páginas. O essencial só vai acontecer nas últimas folhas do livro e remete a um acontecimento lá do início, que eu nem lembrava direito. Mas foi justamente esse fim que mudou minha opinião. O Joaquim Manuel de Macedo consegue dar um final maravilhoso à obra, e, principalmente, o final é feliz. Sem conflitos e vilões! O legal é que quando eu estava na antepenúltima página, não via como àquilo poderia terminar bem (eu já tinha lido em algum lugar que, no final desse livro, tudo ia dar certo), e daí vem a surpresa.
A leitura, quando vai chegando ao fim, é super melosa (a minha cara)! Podem notar que essas frases do início da postagem são do final do livro.
A leitura é super recomendada, tanto para os que gostam de ler sobre amor, quanto para os que querem conhecer um pouco mais sobre o Brasil do século XIX.

3 comentários:

  1. Eu li tantas vezes esse livro, mas não lembrava mais,

    Bom relembrar


    bjkas

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  2. Adoreiiiiiii......tb li esse livro!!!eh lindo ne???
    Fiz post novo!!!passa lá no meu blog!!!e se puder me seguir eu agradeço*-*
    Bjusssss

    http://nathysays.blogspot.com

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  3. Oi! :D
    Tudo bom?
    Vim agradecer a visita (:

    Beijos,
    Marcella
    http://diario-de-marcella.blogspot.com

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